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Sunday, February 10, 2008

“O casamento da Virgem” (1504)


A base contextual e cultural em que se inspiraram as obras de Rafael, Leonardo Da Vinci, e Michelangelo, data do período denominado Renascimento Fiorentino, por volta do início do século XV. Muitos estudiosos consideram que o renascimento da arte ocorreu graças a um rompimento com os padrões artísticos vigentes no período – os quais já haviam sido parcialmente rompidos com a arte de Giotto – e muito desse rompimento e criação de um novo conceito de arte podia ser observado na obra de Ghilberti, a porta da Catedral de Santa Maria Del Fiori em Florença, a qual representava com extremada exuberância e realismo figuras cristãs.[1]
O renascentismo recebera tal nome, pois representava o ressurgimento da grandeza dos antigos, uma espécie de renascença da “grandeza romana”, e da beleza escultural grega, os quais viam-se obscuros pela denominada “idade média” anterior. Os maiores expoentes da arte florentina – cidade berço dos grandes artistas da época – foram; Leon Battista Alberti e Filippo Brunelleschi na arquitetura – este último com a construção da abóbada da Catedral de Florença (1436) – e os estudos de perspectiva, no que tange a pintura; Florença tinha ainda, Michelangelo, Leonardo e Rafael, como grandes nomes da pintura, e no caso desse primeiro, também na escultura.
Nesse mesmo período, Alberti escreve o considerado primeiro tratado sobre pintura, esboçando regras e estudos de perspectivas que influenciaria as contemporâneas e posteriores gerações de artistas. Alberti, através da arte matemática, passa a elaborar cálculos sobre a perspectiva e disposição de figuras no espaço, e a geometria dos objetos – geometria que embutia a idéia de superação dos antigos pelos modernos através da condução racional da matéria – os quais rompiam com a idéia de “espaço místico” do bizantino, objetivando a representação mais aproximada da realidade. Assim, o autor elabora conceitos tais como, a idéia de “ponto de fuga”, o qual seria o ponto central do quadro, onde todos os outros pontos convergiam; a “linha do horizonte”, que estabelecia o limite entre planos frontais e de fundo; e as “linhas de fuga”, as quais criariam uma espécie de “palco” no qual todas as figuras ficariam dispostas, assim, quanto mais próximas do ponto de fuga e da linha do horizonte, menor seria o objeto, dando a impressão de distância.
Algumas das pinturas de Rafael, e de seu mestre, Perugino sofreram influencia da forma de pensamento e das técnicas esboçadas inicialmente por Alberti, dentre essas, “Aparição da Virgem a São Bernardo” (1494) e “Esponsais da Virgem”, ambos de Perugino, além de uma das mais famosas pinturas de Rafael, “O casamento da Virgem” (1504). Todas essas obras fazem uso da perspectiva espacial, além do livre jogo entre luz e sombra, aproximando ao máximo a obra de um realismo antes jamais visto.
Atemo-nos agora à obra de Rafael, mais especificamente à obra citada acima “O Casamento da Virgem”, a qual mais se adapta ao contexto artístico e filosófico do período em questão. Esse painel fora encomendado pela família Albizzini para a capela de São Jose, na igreja de São Francisco das Minorias na “Cittá di Castello”, posteriormente, após varias transações, entre oficiais napoleônicos e negociadores de artes, fora adquirida pela Academia de Finas Artes, em Brera no século XIX. Rafael se inspirou grandemente na obra de seu mestre Perugino, “Esponsais da Virgem”, e de certo modo nos padrões de Alberti, para a idealização e realização desta obra.
Observamos na obra, o imponente templo bramantino – semelhante ao templo de São Pedro no Montório, construído por Bramante – coincidindo com o centro ideal, denominado doravante por ponto de fuga, pelo qual atravessa uma linha horizontal que separa o plano de fundo do plano frontal, e juntamente com as rotas de fuga facilmente perceptíveis, permite a livre disposição das figuras menores e as maiores, as quais representam o elenco do matrimônio. Nesse plano, José coloca o anel na mão da Virgem, arbitrado por um sacerdote que conduz a solenidade, em sua mão esquerda, ele segura um a espécie de cajado com flores na haste, o que segundo muitos especialistas demonstra a sua divindade e unicidade, pois os demais cajados permanecem não florescidos. Alguns dos “súditos” que acompanham José permanecem sérios, enquanto um deles quebra o seu cajado, como num momento de fúria.
È de fácil percepção algumas das características peculiares do momento renascentista, como a representação de momentos cristãos, além de características estilísticas de Rafael nessa obra, dentre elas a utilização primordial das três cores primarias – o vermelho, o azul e o amarelo – para a composição das vestes das personagens e do fundo. A cor predominante é o dourado, compondo o templo e o pavimento, no qual as figuras do primeiro plano estão, a partir do anel de José, dispostas igualitariamente de cada lado – algumas dessas personagens inclusive com características andrógenas – e as figuras do segundo plano, conforme se aproximam do ponto de fuga se tornam menores, dando a impressão de distancia real. A porta ao fundo do templo, aberta, e exibindo o fundo azul – fundo esse que utiliza com primor a técnica do “sfumato” de Da Vinci – possibilita a compreensão de uma passagem de fundo que de certa forma justifica a construção de um espaço, intentada por Rafael.
Por fim, observamos algumas das características de Rafael na pintura, como a “triangularização” entre a Virgem, o Sacerdote e José, entendida nesse período como um simbolismo da “santíssima trindade”, além disso, observamos a leveza do traço de Rafael, compondo figuras relativamente jovens e bastante expressivas, e com movimento, isso aliado ao livre dialogo entre luz e sombra proposto por Rafael permite a composição do volume e textura das personagens e dos objetos na pintura. Ademais, Rafael assina a obra no topo do templo; Raphael Urbinas MDIIII.
A esse ponto, a comparação entre as obras de Perugino e de Rafael é imprescindível, principalmente os respectivos “Esponsais da Virgem” e “O Casamento da Virgem”. A primeira característica observada nas pinturas de Rafael é o desenvolvimento circular, em relação ao horizontalismo quatrocentista de Perugino. Observamos um espaço mais aberto na obra de Rafael, o que indica um comando superior de perspectiva em relação a obra de seu mestre.
É de suma importância contextualizar o período em que Rafael pinta as suas obras, marcado por fatos tais como, o descobrimento da América, e o Cisma da Igreja Católica, que culminou, por exemplo, no Anglicanismo inglês. Nesse período ainda havia uma divinização da imagem, logo grande parte das obras nesse período era encomendada por famílias importantes da época, abrindo espaço para a estruturação da obra. Por esse motivo, há a predominância da idéia que, toda obra de arte contém uma forma de pensamento, e diferentemente das obras bizantinas – muitas de função didática – as obras atuais têm um conteúdo maior de informação e simbolismos, estes que somente poderiam ser entendidos por uma gama intelectualizada de expectadores.
A esse movimento, denomina-se “hermetismo”, ou seja, somente um circulo fechado de pessoas poderia entender a obra, a obra deveria ser fonte de conhecimento, e estimular o pensamento crítico. Muitas das obras desse período, como “O nascimento de Vênus” de Boticcelli, carregados de pensamentos humanistas maquiados por meio de signos, possibilitavam apenas uma gama menor da população entende-los. Nesse ponto, as obras de Rafael e de Boticcelli se encontram, não por carregarem pensamentos humanistas – o que realmente não ocorre eventualmente nas obras de Rafael – mas sim devido há um certo simbolismo de caráter hermetista implícito na obra de Rafael, como por exemplo, o cajado florido de José no “Casamento da Virgem”, indicando a sua divindade em relação aos demais personagens.

[1] Um outro exemplo da arte renascentista desse período seria a “porta do inferno” de Rhodan, baseada na Obra de Dante Alighieri, “A divina Comédia”.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

what the hell??????????????????????

8:42 AM

 
Anonymous Anonymous said...

esta obra pode ser chamada de os esponsais da virgem?

8:14 AM

 
Anonymous Mariano David Soares said...

Referente o Jornal Local 1ª Edição de 03 de agosto de 2009.

Isso é resultado da distribuição de preservativos, camisinha. O sexo está muito vulnerável. Se não deter essa prática com urgência, não temos moral para combater o tráfico. Medite nas mensagens abaixo:
Atenção Brasil! Referente minha Campanha, não pode ficar só em teoria. Precisamos também da prática. Só escrever; falar pode não surgir efeito desejado. Isto é, a pessoa pode não dar crédito e até mesmo cair no esquecimento. Então, para que haja maior concordância, é preciso que paralelo com a teoria haja também a prática. A partir desse ano de 2009, se a Igreja independente de credo, continuar no silêncio sobre a distribuição de preservativos, a família passará por uma reciclagem de Educação. Se não quiser voltar aos anos da década de 1950, isto é, uma educação rigorosa, a jovem adolescente e a noiva terão de sofrer um certo constrangimento para que sirva de punição. Caso contrário irá continuar como está e a Sociedade ficará de mal a pior. Trocando em miúdos, a jovem ao completar 15 anos, só terá direito a festa e presentes se for pura, donzela, se não estaremos fomentando o sexo na adolescência. A noiva por sua vez, terá de ser submetida ao exame de castidade. Caso já tenha o hímen rompido, não terá direito a festa e nem o casamento no religioso. Caso contrário, a Igreja estará faltando com a verdade, mentindo que o sexo só será praticado após o casamento. O não cumprimento a essas determinações, acarretará a traição a Deus e em conseqüência, o domínio do mal. Isto é, não teremos paz no além. A Sociedade tem que entender que a família tradicional e conservadora estava certa: forçando a filha a casar ou expulsando-a de casa. Tanto é Verdade que depois que a avó passou a cuidar de netos, sem saber, ou sabendo quem engravidou sua filha, que a Sociedade ficou assim. Não tem nada de o namorado infrator assumir a criança não! Tem que assumir a mãe também. Isto é, casando no civil e no religioso. Cuidado! A epidemia, o surto da Gripe Suína, Gripe “A” (H1N1), pode ser um castigo paralelo pelo querer combater o castigo da AIDS e o sexo continuar livre. Não esqueçam de Sodoma e Gomorra. Nunca é demais prevenir, mas sem camisinha, com PUREZA! Maiores detalhes sobre minha Campanha, acesse no Google: Mariano David Soares/Preservativo. Ou Dhitt.Castidade. Atenciosamente,
Mariano.
Corumbá-MS, 1* de agosto de 2009. Para: Secretária Simone e dirigentes da Paróquia São João Bosco. E aí, devolveram o Dvd sem fazer a autocrítica? Esse Dvd não era para ser devolvido! Era para meditar, tirar cópia e passar adiante. A impressão que ficou é que nem assistiram. Enquanto a Igreja, a Sociedade e a Mídia ficar em silêncio, é pior pra vocês. Vocês estão convidados a lerem e meditarem: São Mateus 10, 16. Ta bom! Dos males, um menor: não engavetaram. Criatividade da Industria: Parece que está surgindo uma luz no final do túnel. O Jornal Hoje de hoje, 1*/Ago/09, levou ao ar uma reportagem sobre a reciclagem do látex da bexiga, balão para confecções de piso, tapetes, sola de sapatos... Quem sabe se o material do preservativo camisinha, não seja também reciclável! Não as usadas, é claro, as intactas. Se for reciclável, por favor, ajuda-me a espalhar essa idéia urgente para todo o Brasil. Contra partida, vocês assistiram o Jornal local 1ª Edição de hoje, 1*/Ago/09? Em Três Lagoas-MS está havendo uma distribuição em massa de preservativos, logo pra quem? Para os caminhoneiros que já são vistos como promíscuos, no sentido de beneficiar aliciando suas mulheres, carona. Até mesmo garotas donzelas, virgens. As Igrejas do Brasil, com esse silêncio, fazendo vista grossa, estão se comportando como um zero à esquerda. Está havendo um comentário que o movimento do preservativo, está gerando um lucro fabuloso para o Brasil. Será que está servindo para comprar também o silêncio das...

Mariano.

7:18 PM

 

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