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Friday, January 26, 2007

Sobre um momento


Se um dia me perguntassem, qual seria o momento ideal da sua vida, os dez segundos que me fariam respirar mais forte, com aquela dor no peito, e aquela excitação própria que a alegria de viver traz. Creio que eu saberia definir, seria como nas linhas abaixo.
A primeira coisa percebida, o clima, relativamente frio, dado que o por do sol estaria prestes a iniciar, e desse modo saberia que dentro de instantes poderia ver o espetáculo pintado no céu. O rosa escurecido, misturado com o lilás e o laranja, que dispostos por dentre as nuvens me daria a impressão de que uma manta colorida rogaria por cima de toda atmosfera. O frio ajuda, não me referi a um frio estrondoso, mas sim a aquele frio que aguça nossos sentidos, o paladar, o olfato, nos permitindo a aproveitar melhor os cheiros, e mesmo os movimentos ao nosso redor.
Estaríamos em uma chácara, à beira de uma auto-estrada, esta quase impossível de ser notado, pois eucaliptos atuariam como uma barreira natural, impossibilitando a percepção de carros. Haveria uma grama baixa, como as de um campo de futebol, seria fácil perceber algumas folhas secas espalhadas, e eu estaria no meio desse campo, observando o tocar dos últimos raios de sol sobre a grama, e a sombra de algumas árvores ao redor criariam com sua sombra uma linha imaginária no chão, havendo neste mesmo, luz e não-luz.
Estaria com meu rosto voltado para os eucaliptos, os quais eu já havia mencionado, sentindo toda a miscelânea de prazer daquele local, o cheio das folhas secas, da grama aquecida, dos eucaliptos, o vento relativamente frio que bateria em meu rosto. O som que eu estaria ouvindo seria o do movimento das arvores causados pelo vento, e de fundo, provavelmente estaria embalado por algum som dos anos 80, com certeza “The Cure”, ou “Joy Division”, talves “Smiths”, com sua “The boy with the thorn inside”, cujas batidas do violão estariam em sincronia com as do meu coração.
Começa a contagem dos meus dez segundos: Devagar me torno de costas para os eucaliptos e visualizo uma reunião de amigos, todos aqueles que me acostumei a ver e a sorrir sempre. Caminho em direção a eles, ouço as mesmas piadas de sempre, e faço as mesmas de sempre.
Em um momento vejo mas não acredito, somente ao sentir o seu perfume percebo, é ela, acabou de chegar, não me viu. Como é linda, peculiar, única. Me viu, vem em minha direção.
Sem dúvida eu me lembraria desses segundos por muito tempo, pois são dessas emoções que nos lembramos por muito tempo. Podemos não nos lembrar do que fizemos a noite passada, na semana passada, da resposta à pergunta, porém, de segundos ou minutos emocionados nos lembramos, sendo eles os que nos formam, caminham conosco, nos levando a agir como românticos, ainda que sejamos puxados ao realismo das rápidas relações.

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Gostaria até de dizer mais, mas consigo resumir meu comentário em : PERFEITO !!

2:15 PM

 
Blogger Thiago Borges said...

Muito bem, sr.Alcides...palavras muito bem "pintadas"

9:22 PM

 
Anonymous Anonymous said...

duds, que belo! me encantam histórias com varandas ;-) (nao é pra vc entender, hehehe)

bjossss e to com saudades viu seu tratante ;-)!!!!!

1:08 PM

 
Blogger Unknown said...

otemo poderia dizer.

1:09 PM

 
Blogger Ná Jornalista web said...

Belas palavras!desconhecia seu lado escritor, vi no seu nick e do MSN e fiquei curiosa..então, com licença que vou continuar xeretando por aqui!

Beijo Ná Carvalho

9:34 AM

 

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